quarta-feira, 29 de maio de 2013

O futebol brasileiro cada vez mais pornográfico....








Diante da situação surreal em que se deparam atualmente os clubes do Rio de Janeiro com a impossibilidade de realizar jogos na segunda maior cidade do Brasil (e quarta maior da América Latina) pela simples e patética falta de estádios (Engenhão interditado sob ameaça de desabar por uma ventania e Maracanã sendo preparado para o Eike), o técnico Oswaldo de Oliveira, o Oswaldinho, resumiu o quadro: “Beira o absurdo!”



Oswaldinho está certíssimo no que diz respeito à essência da situação por qual passa o futebol carioca (que nem Júlio Verne junto com Stephen King seriam capazes de explicar...), mas erra num ponto fundamental:



O futebol do Rio não beira (há décadas) o absurdo. Ele – e o futebol brasileiro em geral – estão atolados até a goela no mais claro e dantesco absurdo. Ele não beira Oswaldinho, já está nele. E talvez nem Deus saiba como ele irá sair dele. Se é que vai sair um dia.




Conta-nos a história que o legendário treinador Flávio Costa dizia lá em meados do século XX com sobras de razão e lucidez que o futebol brasileiro só era bom e organizado da porta do vestiário para as quatro linhas. Em compensação o quadro fora delas era o pior possível. Quis o destino que a derrota na Copa de 50 – com um festival de trapalhadas da cartolada nos dias que antecederam a decisão contra o Uruguai – servisse para confirmar da forma mais amarga as palavras do antigo e autoritário treinador.



Passadas décadas e apesar de 5 copas mundiais conquistadas – resultado exclusivo do talento de boa parte de seus jogadores – a afirmação de Flávio Costa já se encontra canhestramente datada. Não porque as coisas tenham mudado pra melhor. Muito pelo contrário. A organização e o nível de profissionalismo fora de campo nos dias atuais não devem em nada ao tempo que Carlito Rocha obrigava todos os jogadores do Botafogo a acariciar e entrar em campo junto ao cachorro Biriba; a maneira como o futebol é gerido hoje deixaria Paulo Machado de Carvalho profundamente envergonhado. E olha que estamos falando de um empresário extremamente competente, mas que teve a proeza de obrigar a seleção brasileira a entrar com um uniforme todo azul – o branco lembrava o fantasma de 50... – para enfrentar a Suécia na decisão do campeonato mundial de 58. Pelo singelo motivo de que o azul era a cor do manto de Nossa Senhora Aparecida. Mas imaginem vocês o sentimento de aversão que teria o sr. Machado ao ver a sucessão de sandices e infantilidades cometidos por “profissionais” (está em aspas pois eles não ganham nada pra isso, fazem-no exclusivamente por “amor”....) que teriam em tese o dever de gerir e tornar viável e rentável essa indústria chamada futebol brasileiro?






Não. Não senhoras e senhores! O futebol brasileiro atual consegue ser horroroso também dentro de campo. Sintoma disso é a aversão dos clubes europeus em contratar qualquer técnico brasileiro. É o fato de ter caído assustadoramente o número de jogadores brasileiros nos mais importantes e ricos clubes do Velho Continente. É a maneira como o cenário local consegue ser dominado por jogadores de meia-idade.



O futebol que Neymar e suas lágrimas deixam pra trás ofendem e denigrem o mais reles senso de dignidade e bom gosto. A ponto de jogadores absolutamente comuns serem alçados a categoria de semideuses. O trágico e mítico exemplo do Dedé é pra lá de literal!



Vários desses dirigentes e jogadores deveriam estar no banco dos réus da Comissão da Verdade. Tinham que explicar o como e o porquê da façanha de conseguirem matar com o futebol desse país. E o simples fato de imaginar que eles ganhem dinheiro com tal crime é uma ofensa à história desse país. Um golpe na memória de quem construiu esse patrimônio ao longo de décadas. Um tapa na cara!!





Leonardo Soares está prestes a trocar o futebol pelo UFC. E espera ver em breve o grande duelo entre Anderson Silva e Eduardo Paes...

domingo, 26 de maio de 2013




REVISTA CONVERGÊNCIA CRÍTICA   Revista do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Teoria Social – Universidade Federal Fluminense – Pólo Universitário de Campos dos Goytacazes  A Revista Convergência Crítica convida pesquisadoras e pesquisadores da área de Humanidades a participarem do Dossiê “Teoria Crítica Contemporânea” para a próxima edição.  Todo material recebido é submetido à avaliação da Comissão Editorial e de pareceristas externos. Os artigos serão publicados com uma licença livre, Creative Commons Atribuição Uso não-comercial, o que quer dizer que os artigos podem ser adaptados, copiados e distribuídos, desde que o autor seja citado e que não se faça uso comercial da obra.  A próxima edição receberá textos para seleção e publicação até o dia 31/08/2013. As instruções para publicação podem ser conferidas no site da Revista:  http://www.uff.br/periodicoshumanas/index.php/convergenciacritica/about/submissions#onlineSubmissions.   


Como é praxe no periódico, os artigos devem ser submetidos nas línguas portuguesa ou espanhola.  Para mais informações, escreva-nos: rconvergenciacritica@gmail.com

sexta-feira, 24 de maio de 2013


Parte da crônica esportiva insiste em detratar o campeonato brasileiro, mas não se cansa de defender e render homenagens aos falidos e decrépitos campeonatos estaduais.

Até quando esse grupelho vai continuar insultando a inteligência alheia???



No próximo dia 25 de maio terá início o Campeonato Brasileiro de futebol. Cheio de problemas, limitações e confusões. Estádios fechados, outros a meia boca, por conta das obras para a Copa do Mundo da Fifa no Brasil (toda ela sustentada pelos cofres públicos, ou seja, dinheiro do povo brasileiro); escassez de craques, vários já foram vendidos ou estão em vias de sê-lo como Neymar, talvez a única revelação de alto nível do futebol brasileiro nos últimos 10 anos. Assim o campeonato pode começar sem o seu maior craque.

O caminho ficará mais do que livre para outros cracks. Literalmente: Carlos Alberto, Deco, Michael e - quiçá - Adriano (que jura que volta a jogar assim que as noitadas permitirem). Quanto aos outros acima, como podem? Ah, o que esperar de um julgamento em que a advogada de defesa é só a filha do presidente da Federação de Futebol do estado? Dá pra acreditar? Não daria se fosse em qualquer lugar que não o Brasil...


E não esqueçamos dos outros craques. Os craques de meia-idade. Que não têm condições nem de chutar um escanteio nos campeonatos europeus, mas que aqui passeiam sem ser incomodados, sem nenhuma concorrência. Olhem os exemplos de Seedorf, Lúcio, Zé Roberto e o próprio Deco. Mesmo Ronaldinho Gaúcho, o grande jogador atuando no Brasil junto com Neymar já há muito deixou de ser um garotinho.

E o que é pior, para acabar de desmoralizar o futebol brasileiro o Milan resolveu tentar contratar o Seedorf. Para ser o maestro na nova equipe, o grande líder de uma nova era? Não! O quer para ser técnico. E ele já adiantou: quer jogar mais um ano. Mas sabe que isso só é possível no parco e deprimente cenário futebolístico que impera nesse país.


Mas com tudo isso o campeonato ao menos contribui para injetar no futebol desse país algo de civilizado, que é o sistema de pontos corridos. Mas civilidade, respeito às normas, rejeição ao caos e à bagunça, um mínimo de cortesia aos torcedores que sustentam essa indústria e priorização do aspecto técnico e da questão do mérito (em detrimento do acaso e da sorte) é algo que descabela, enerva, tira do sério parte da crônica esportiva.

Tal crônica se alimenta da precariedade. Até por ser aliada, amiga e tecer relações de dependência com o que há de mais nefasto em nosso futebol. Muito do que o futebol brasileiro é hoje (ou seja, quase nada. Perdendo para a Grécia, Croácia e Rússia no ranking) se deve a ação coordenada dessa matilha.


Mas se essa gente ficasse no seu canto apenas torcendo contra a modernização do nosso futebol, vá lá. É um direito que cabe a qualquer um. Inclusive de ser reacionário, dos mais mesquinhos. Mas não. Parte dessa crônica insiste em insultar nossos parcos neurônios desfiando um sem número de barbaridades contra a inteligência humana.

Um deles adora classificar tal campeonato de "a grande procissão". Tendo a coragem de distorcer a verdade dos fatos afirmando que é o campeonato mais longo do planeta. Mas o insigne defensor do atraso mascara o detalhe tão óbvio - a qualquer criança que já balbucie uma palavra que seja - que todos,  eu disse TODOS os campeonatos civilizados mundo afora duram bem mais que o campeonato brasileiro. Enquanto este dura apenas 6 meses e meio (se tanto), os demais - da Espanha e Inglaterra ao Afeganistão, Chipre e Moldávia - duram de 9 a 10 meses.

E não é só isso. A média de público de qualquer campeonato desses é bem maior não só do que a do campeonato brasileiro, mas infinitamente maior do que a desses campeonatos(sic), na verdade disputas de canecos horrorosos que dão o nome de "campeonatos estaduais". Disputados no sistema endeuzado por essa gente -  o mata-mata. Nome mais do que ilustrativo. Os tais mata-mata possuem média de público que superam se tanto os campeonatos do Vietnã ou de Papua Nova Guiné. O do Rio mal passa de 2 mil. O de Brasília são exatos 844. O do Amazonas nem isso ....

Esses campeonatos matam a paixão do torcedor no Brasil.

Para completar, o apólogo do atraso ainda tem a desfaçatez de declarar que os campeonatos europeus, por serem de pontos corridos, não despertam nenhuma emoção, até porque acabam com "10 rodadas de antecedência": ora, como explicar as médias de 60, 70 e 80 mil de vários campeonatos europeus? Realmente, paixão pelo atraso e honestidade intelectual (inclusive pelos números) não combinam.

Formas anacônicas e dantescas de campeonato, os mata-mata só existem no Brasil. Um absurdo. De péssimo nível técnico, só sobrevivem por conta dos interesses politiqueiros de federações, uma emissora de TV e, fundamentalmente, da incapacidade e covardia dos grandes clubes brasileiros. Eles matam sim, mas matam de tédio. E de vergonha também.


Defender esse estado de coisas, tudo bem. Um direito que cabe a essa gente. Mas querer vender a imagem de que esses mata-mata contagiam, emocionam e levam ao delírio toda a nação brasileira - PERA LÁ.

Respeito é bom e meus neurônios gostam!


quinta-feira, 23 de maio de 2013

“O Chavismo se transformou num regime narco-militar-terrorista, controlado por vagabundos!!”. 


Mas o que incomoda tanto os intérpretes brasileiros alojados no covil de nome “grande mídia” quando o assunto é Venezuela? Mais do que isso, quando o papo é a já longeva hegemonia bolivariana no poder presidencial, por que tanta espuma no canto da bocarra?
Eles se contorcem de raiva, dão chiliques mil, fazem beicinho, batem pezinho, dão tremiliques neurastênicos quando alguém ousa sugerir que a Venezuela goza de uma democracia efetiva, ampla, de fato e de direito. Claro, com problemas. Mas que democracia no mundo não as tem?
Não! Sugerir tamanha insanidade ou é prova de mau-caratismo, de desonestidade intelectual, de fanatismo tresloucado por uma ditadura à la Isla del Comandante, ou  mesmo um indício da ausência de qualquer valor moral ou ético. Ou seja, tanto numa ou noutra hipótese estariamos diante de um sujeito sem a menor empatia, um psicopata ideológico, que demonstra total desprezo pela vida humana. Quase que um celerado surgido de algum cenário esguichado de groselha de Criminal Minds.
De início argumentava-se que era uma ditadura, pois controlada por um caudillo com mãos de ferro e temperado com inumeros pasitos de mambo. A República Bolivariana era retratada como uma versão pós-moderna e caribeña da natimorta República de Sucupira, de Dias Gomes. Para ilustrar os efeitos de tal estratégia de poder e domínio, apresentava-se um sem número de venezuelanos pobres, destentados, sorridentes e negros – fato muito importante para as classes médias brasileiras, que o diga uma revista que explora através de suas capas um certo imaginário de fazer corar o mais intrépido capitão-do-mato (“Cuidado! Ela [uma negra] pode decidir a eleição!”). Quem não se lembra?

Um argumento complementar era a de que Chávez e seus asseclas conseguiram asfixiar não só a oposição parlamentar, mas praticamente aniquilaram a imprensa – crítica e higiênica – do país. Vendo programas em algumas TVs e nos editoriais dos pasquins conservadores não há como duvidar de que a oposição, legislativa ou midiática, foi esmagada naquele país. Vive-se nele um regime de medo, onde qualquer crítica, qualquer contestação, toda e qualquer discordância é peremptoriamente silenciada, nem que seja à bala.
Uma rápida passada por alguns dos principais veículos de comunicação da Venezuela mostram o quanto isso é mentira. Puro papo terrorista de gângsters da palavra escrita e falada.
“Ausencia de diálogo y eliminación del parlamentarismo caracterizan al fascismo”, estampa o El Nacional. No mesmo pasquim lemos o articulista Alberto Tyszka afirmar que “es obvio que el chavismo no sólo cambió de líder, sino también cambió de asesores. La bandada de pájaros que rodea ahora a Maduro no conoce bien el país.” E quase chega a declarar que o presidente não passa de um charlatão. A também articulista Milagros Socorro insinua que se trata de cambada de gângsters: “La guinda de este panorama la ha puesto la hija del fallecido Chávez, quien hizo pública la patética escena que protagonizó en un restaurante del este de Caracas, donde fue caceroleada. Al conocerse en qué costosos locales pasa la muchacha sus holganzas, parte del país se ha preguntado: ¿cómo paga María Gabriela Chávez las cuentas de estos restaurantes? que, sin duda, están muy por encima de las posibilidades de la clase profesional venezolana. Como diría el tártaro de la salsa, ¿cómo lo hacen? ¿Cuál es el negocio?” E la Globovisión, principal veículo da oposição, repercute as declarações do deputado anti-chavista Stalin(êpa!) González, que assegurou: "Quienes están conspirando contra el Estado venezolano, están en las filas del Gobierno".
Mas onde se localizam esses meios de imprensa? De onde estão veiculando manchetes e editoriais acusando o governo chavista de gângster, mafioso, fascista, stalinista, hitlerista, canalha, covarde, nojento, proxeneta e fedorento? Ora, certamente de um lugar seguro. Mas onde: Tibet, Azerbaijão, Turcumenistão, Conchinchina, Bambuluá, Marte? Não senhores: ali mesmo na Venezuela, em Caracas, eles atacam e acusam nas barbas do governo totalitário, que sufoca, massacra, cospe, esmurra e extermina a oposição e a liberdade de imprensa. Façam-me o favor. Que ditadura é essa? Se isso é ditadura, eu quero uma pra poder viver.
Na verdade nossa intelligentsia se escandalizava com a possibilidade da gentalha chegar tão perto do poder. Portanto, a questão dessa direita ilustrada não é apenas ideológica (presente num certo temor de um socialismo do século XXI). A questão é de preconceito de raça mesmo. Ou seja, o negócio é muito mais vulgar e cafajeste do que se imagina. Quem acha que essa gente é inspirada pelos escritos de Hayek, Friedman, Rostow ou mesmo de um Roberto “Bob Field” Campos (vá lá...) está redondamente enganado. O guia espiritual deles é algo próximo do Justo Veríssimo mesmo! Ela é vulgar e boçal, sem sombra de dúvida.
No fundo, a velha, rançosa e asquerosa concepção de que favelado (e negro ainda por cima) não pode fazer política. A política com P maiúsculo, a política sancionada pelos receituários dos grandes cientistas sociais da Harvard e Oxford. Gente inculta, pobre, selvagem e promíscua. Gentinha, na verdade. Como não nos remetermos às carcumidas concepções e teses do pensamento racial brasileiro, da pena de um Nina Rodrigues, Silvio Romero, Euclides da Cunha e Oliveira Vianna?
No fundo o que se deplora não é apenas um projeto de Nação que ousa ser popular (por querer se fundamentar no apoio da gente das Villas e Fábricas). É precisa destacar que a revolta e o ataque histérico da direita envergonhada tupiniquim tem uma dupla motivação.
Em primeiro lugar, ele revela a sua frustração com o fato de em pleno III milênio ainda termos que conviver com manifestações de uma democracia autêntica, onde os anseios populares estão acima – ainda que num processo extremamente tenso e incerto – dos rituais e salamaleques estéreis de uma democracia formal, sem vida, gelada e impessoal. De perfeita fachada liberal e que por isso mesmo só funciona para uma requintada casta. Tão típica ao sul do Orenoco.... No fundo, a direita se mostra – mais uma vez – radicalmente contra a democracia popular.
Em segundo, ela se exaspera por ter que suportar tantos negros mostrando a canjica, não apenas ao postar o seu voto na urna, mas pelo fato de minimamente lutar e se organizar para participar efetivamente dele. Reação bastante compreensível num país que nunca elegeu um negro para presidente. E que em mais de 200 anos de “democracia” elegeu tantos governadores, prefeitos de capitais, senadores e até presidentes de clubes de futebol "de cor"(sic), que se reunidos talvez dessem para encher um fusquinha.
Aliás, há como discordar do ministro Joaquim Barbosa quando ele afirma que a imprensa é de direita? Deplorando inclusive o fato dela ter pouquíssimos negros em suas redações. Ele falou alguma mentira? Além de ideologia (e muito dinheiro no bolso - via BNDES, bancos, multinacionais e Cachoeiras da vida), essa imprensa tem cor? 

Que país é esse?????



Leonardo Soares é historiador e bolivariano-dos-últimos-dias.

quarta-feira, 8 de maio de 2013



Mas por qual razão esse homem mudou tanto?






José Serra, natural de São Paulo capital. Criado desde a mais tenra idade na região da Mooca, assim como o Bixiga, um reduto italiano na cidade. Desde jovem, trabalhava com o pai verdureiro na feira. Carregando e empilhando caixas e caixas de nabo, mandioca, pepino, banana e melão. A feira nos dias que Zezinho trabalhava devia ser um alvoroço só. FHC jura que ele sempre fora feio. A cara do Fester. Pobre daquela senhorinha que se deparava com ele na feira.

Mas Zezinho cresceu. Com muito sacrifício completou seus estudos. E desde sempre, com os olhos esbugalhados que Exú lhe deu, já aprontava, agitava, mobilizava, organizava a rapaziada nos grêmios de antanho. Ainda jovem, só pensava naquilo: organizar a massa em prol de uma vida melhor. Fosse na escola, em sua rua, nas arquibancadas do Palestra Itália ou até em sua igreja.

Aliás, quando iniciou na vida estudantil universitária, como estudante de engenharia civil da USP buscou aliar militância e fé (Xiii....). Como católico de boa cepa, mas engajado nas coisas do mundo, foi um dos articuladores e fundadores da antiga Ação Popular (AP). Corrente da mesma igreja bastante engajada nas questões sociais e que namorava um certo socialismo humanista. Tinha também Betinho como companheiro e se inspirava em figuras como Paulo Freire.

Serra buscou se inserir também na UNE, tornando-se seu presidente poucos meses antes do golpe. Ali tinha um discurso dos mais radicais – nem digo para a época, mas muito mais para os tempos insossos de hoje -, propugnando pelo aprofundamento das reformas de base, em especial da reforma agrária. Era adepto ferrenho da ampliação dos fundamentos do modelo econômico de forte matiz cepalino. E que foi consagrado pelo nome de “nacional-desenvolvimentismo”. Serra defendia com unhas e dentes as propostas de Celso Furtado, de total independência do capital e mercado nacionais, baseando-se para isso na tese industrialista, perfumada de muita ingenuidade, mas de efeitos políticos e simbólicos tremendos num cenário ainda muito influenciado pelo espectro getulista.


 Com o Golpe de 64, Serra teve que se exilar – veja que pobre coitado – em Paris! Voltaria poucos anos depois ao Brasil. Ficaria no Rio, muito pouco tempo, na casa de Arthur da Távola (pseudônimo de Paulo Alberto de Barros, um dos donos da Estácio de Sá). E de lá voaria para o Chile. Onde conheceria Monica. Psicóloga. Pois não é que essa mulher conseguiu se apaixonar pelo Zezinho da Mooca. Pior: teve peito para se casar com ele (mas que diabos de paixão cega é essa meu Deus do céu?).
Entretanto, fato comum nesses arroubos da juventude, Mônica embarrigou antes da hora. Uma ex-aluna disse que ela disse que teve que abortar. Isso mesmo: a mulher de Serra teria abortado. Claro que isso não é verdade...

Não obstante, Serra se concentrava numa importante frente: denunciava do Chile as torturas e mortes perpetradas pela ditadura militar no Brasil. E ainda encontrava tempo para fazer seu mestrado em Economia na Universidade do Chile – ainda pública apesar de Pinochet. Foram tempos difíceis. Muitos anos longe do Brasil. Serra ainda passaria um tempo nos EUA. Com a redemocratização anunciada pelos movimentos populares desde o final da década de 70, veio então a chance de construir um novo Brasil. Mas como isso poderia se suceder? Pensava Serra. O que havia ainda de puro, inocente, de autêntico naquele menino folgazão dos tempos da UNE? O que de radical ainda temperava o sangue ítalo-paulista desse jovem palmeirense decidido desde sempre a mudar os destinos de seu país, embalado pela fábula nacional-desenvolvimentista, mas com vislumbres de engrandecimento social?

Serra sabia que teria que ter paciência. A volta da democracia não bastava. Havia ainda um longo caminho a ser percorrido. Mas paciência para lidar com as derrotas ele tinha de sobra. Não esqueçamos que ele era e ainda é palmeirense. E passou anos esperando no Chile. Para o azar de Monica...


Ainda na primeira metade da década de 80 aderiu ao PMDB.  Mas poucos anos depois o núcleo duro paulista debandaria desse grande balaio de gato para fundar o PSDB. Partido que desde sempre se mostrou ardoroso defensor da democracia, mas que sempre lamentou o fato dela ser obrigada a tolerar a participação de um agente chamado “povo brasileiro”. “Onde está o povo?” - indagava com a costumeira malícia FHC na década de 70. Concepção aliás que era alvo de vários embates no núcleo que fundaria o partido social-democrata(sic). Num depoimento anos depois, FHC revelava que não fazia muita questão da implantação do voto direto para presidente, pelo fato do povo ainda “não estar preparado para exercer esse direito”. O “despreparo” adviria do endêmico analfabetismo, de anos de ditadura e do legado nefasto do período populista (que, na sua ótica, teria promovido mais alienação do que politização). Daí a decisão peremptória desse núcleo em rechaçar a fusão com o PT. Não à toa, o próprio presidente-sociólogo justificaria tal atitude recorrendo a uma concepção que sempre fora capital para os tucanos: “Não tinha como. O PSDB é um partido de intelectuais”.

Mas a despeito das divergências doutrinárias, Serra ia cavando o seu espaço. Foi assessor do governador Franco Montoro e dava assim o primeiro grande passo para firmar a sua posição no cenário paulista. Até que vem a década de 90. Um tempo de triunfo e glória incomparáveis na história do tucanato paulista. No mesmo ano de 94 eles conquistam o Palácio do Planalto e o Palácio dos Bandeirantes. Festa total. FHC e Covas adotam reformas e mais reformas visando a desregulamentar a economia, diminuir o Estado, privatizando até a medula o serviço público, arrochando o funcionalismo e desmontando o parque industrial. E é o momento que os tucanos começam a articular as alianças mais inusitadas, mais tresloucadas. “Esqueçam o que eu escrevi”, já dizia na defensiva FHC. “Nesse país é impossível governar sem o apoio dessa gente [das oligarquias]”, corroborava José de Souza Martins, o sociólogo apaixonadamente tucano mais imparcial que já se viu (o MST que o diga). O arco de pactos canhestros ia de ACM, passando por Sarney, Marco Maciel, Inocêncio Oliveira até Maluf. Tudo pelo poder. Bem antes do PT, o PSDB mostrava o quanto as alianças no Brasil beiram a pornografia.


São os anos da desertificação neoliberal promovida pelo PSDB. Mas faltava algo nessa festança do capital financeiro. Faltava tomar o poder numa área chave da geopolítica nacional. Faltava abocanhar a maior cidade do país, a terra de Adoniran Barbosa, do SBT, onde um chopp é pedido como “um chopis”, o cemitério do Samba – segundo Vinícius de Moraes, o Poetinha. Estamos falando de São Paulo.
E quis Deus que em 1996 o PSDB lançasse justamente como candidato à Prefeitura o tucano mais crítico aos rumos da política econômica implementada pelo partido. Sim, Serra era bastante resistente ao ardor privatista que havia impregnado as hostes tucanas. E essa coragem, essa firmeza em manter uma posição tão controversa num contexto onde tudo dava certo com o PSDB, lhe renderia algumas inimizades dentro do próprio partido. Tanto que Serra era taxado de “estatista fora de época”. Conta-se que isso era um dos motivos de FHC ter como um dos seus principais prazeres falar mal do colega (sem cabelo) de partido.



Mas, como dizíamos, veio a eleição de 1996. E Serra conseguiu perder para o fantoche de Maluf, o Pita. Aí não. Assim não dá, assim não pode. Deve ter debochado FHC. Morrendo de rir com a derrota de Serra. Foi a gota d’água. Ele entendeu que deveria mudar para ganhar. Para chegar aoPudê.  Mas ninguém poderia imaginar que ele mudasse tanto, tão radicalmente no sentido de um conservadorismo verdadeiramente bizarro.

A virada de Serra, e sua obstinação em manter a hegemonia tucana no estado de São Paulo e na capital, o fez se curvar aos ditames da orgia privatista de seu partido. De uma hora para outra, resolveu tentar fazer em São Paulo o que Pinochet fez ao longo de duas décadas no Chile: privatizar tudo. Até o ar poluído da cidade se possível.



Mas a ambição desmedida pela cadeira do Palácio do Planalto o fez ir além. Serra acabou caindo no colo de setores os mais retrógrados e reacionários do espectro político do país. O leque é amplo: monarquistas, TFP, neointegralistas, “viúvas” da Ditadura Militar (Serra chegou ao ponto de numa palestra no Clube Militar em 2010 dizer que a “Revolução” de 64 foi providencial para barrar a implantação de uma “República Sindical”), Opus Dei e "verdes" (do PV). Não satisfeito, Serra tomou como bedel o Pastor Silas Malafaia, o que diz que Deus criou “Macho e fêmea”. Passou a misturar fé e política. Tratar eleitores como rebanho. Adotou uma postura de criminalização do aborto (mulher que comete aborto tem que ir para a cadeia) assim como a dos usuários de maconha. Direitos humanos, políticas públicas passaram a ser vistas e tratadas pelo viés da criminalização. Da marginalização. Ele não discute mais projetos. Seu discurso se resume a declarações de profissão de fé sobre valores e concepções religiosas e moralistas.

Serra, o que mais falta você fazer para destruir com sua história?

E agora esse novo fracasso. Mais uma coça para o PT. Uma surra pra ninguém botar defeito. Perdendo para um candidato inventado por Lula. Após cada derrota, há o risco de Serra mudar (sempre para pior). O que ele vai inventar de defender agora? O quê? Como diria uma certa namoradinha (dos pecuaristas): confesso, tenho medo. Muito medo diante de tanta indecisão, de tanta falta de rumo e prumo de um sujeito que perde e está perdido. Perdido para si mesmo. Que perdeu sua própria história.

E agora, José?
José, pra onde?




Leonardo Soares, historiador e professô. 

terça-feira, 7 de maio de 2013

HUGO CHÁVEZ. 

EL LEGADO BOLIVARIANO DEL FÚTBOL

  

del BLOG DE CARLES VIÑAS [http://carlesvinyas.wordpress.com]

 

 

La muerte el pasado 5 de marzo del hasta entonces presidente de Venezuela, Hugo Rafael Chávez Frías convulsionó –para bien o para mal– no sólo a sus compatriotas, sino también al mundo entero. Lo cierto es que su figura, tildada de dictatorial por sus detractores y de heroica por sus simpatizantes, no dejó a nadie indiferente. Más allá de la trascendencia política del personaje, adalid del autodenominado socialismo del siglo XXI para algunos o tirano golpista para otros, lo cierto es que Chávez conectó con las clases populares gracias a su carisma y a un discurso próximo. Dejando de lado su faceta televisiva, sus críticas irónicas a Mr. Danger o sus pinitos como cantante, el teniente coronel protagonista del fallido golpe de estado de febrero de 1992 contra el presidente Carlos Andrés Pérez también se acercó al deporte.



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Hugo Chávez en uniforme militar tocado con su habitual boina roja de paracaidista
DEL BÉISBOL AL FÚTBOL. POR UN CAMBIO DE REFERENTES DEPORTIVOS
Durante sus diversos mandatos presidenciales Chávez destacó por su impulso al deporte venezolano. En su apuesta por promocionar la práctica deportiva el dirigente bolivariano, a pesar de que su disciplina predilecta era el béisbol, no dudó en fomentar también el fútbol. De hecho Chávez nunca ocultó su afición por los Navegantes de Magallanes, el equipo de béisbol radicado en Valencia, ciudad del Estado de Carabobo situada al oeste de la capital, no muy distante de su población natal, Sabaneta. Los Bucaneros, nombre popular con el que se conoce al segundo club con más títulos del béisbol venezolano, fueron su debilidad. Tal fue su pasión por este deporte que no dudaba en buscar cualquier hueco en su agenda presidencial para jugar un partido junto a sus ministros y asesores militares.


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jugadores del club de béisbol Navegantes de Magallanes de Carabobo
Incluso llegó a comentar a su círculo de allegados que cuando era joven su sueño era convertirse en jugador profesional de béisbol y así poder imitar a su ídolo deportivo Néstor Isaías Látigo Chávez Silva, jugador que militó en los Giants de San Francisco en 1967. El origen de su pasión por este deporte se remontaba a su juventud, cuando con diecisiete años se enroló en el ejército. De hecho diversos de sus biógrafos aseguran que fue “su entusiasmo por el béisbol lo que le convenció” de incorporarse al mismo. En sus años de instrucción castrense a inicios de la década de los setenta se erigió en uno de los principales jugadores del equipo de la Academia Militar de Caracas. Tras ser transferido a un batallón acorazado en Maracay, en 1980 regresó a la Academia de la capital para ejercer como instructor jefe de deportes.


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Néstor Isaías Látigo Chávez Silva en su etapa como jugador de los Giants
Quizás fue la pasión de Chávez por el béisbol lo que provocó que su gobierno creara una Liga Bolivariana de beisbol que fue patrocinada por la petrolera PDVSA. Toda una paradoja si tenemos en cuenta la evidente influencia norteamericana de dicho deporte, no en vano fueron los trabajadores estadounidenses de las compañías petroleras los que importaron su práctica  a Venezuela a inicios del siglo XX. Desde entonces dicha disciplina se erigió en el deporte nacional, no en vano es conocido como “el país del béisbol”. Así, mientras Uruguay y Brasil alcanzaban las máximas glorias futbolísticas a nivel internacional, la selección venezolana de béisbol ganaba en tres ocasiones la Copa del Mundo en la década de los años cuarenta.
Pero a pesar de no ser un deporte con el mismo seguimiento que el béisbol, Chávez tuvo claro que tenía que acercarse también al fútbol. Seguramente tenía muy presentes las palabras de Ernesto Che Guevara cuando manifestó que “la revolución no avanzaría mucho en Latinoamérica a menos que los cubanos aprendieran a jugar al fútbol”. Quizás por ello, en más de una ocasión, hizo referencias a los partidos de la liga venezolana de fútbol o de la selección  nacional en su programa televisivo dominical “Aló Presidente”, consciente de la creciente trascendencia social del fútbol en el país. Y todo ello a pesar de que el fútbol
Zhabía sido considerado hasta entonces una actividad vinculada a las clases media y acomodada.



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Chávez jugando a béisbol con la elástica del Ejército venezolano
IMPULSO AL DEPORTE VENEZOLANO
A través del balompié, Chávez promocionó los valores de la llamada Revolución Bolivariana y vehiculó el patriotismo, monopolizándolo alrededor de su figura. De hecho, en una intervención suya con motivo de la celebración del Día del Ejército declaró: “El chavismo es patriotismo, ser chavista es ser patriota, los que quieren patria están con Chávez, los que quieren patria vengan con Chávez para seguir construyendo la patria libre e independiente de Bolívar”. Y que mejor herramienta para fomentar el fervor nacional que el fútbol. El presidente venezolano entendió su potencial propagandístico y no dudó en explotarlo. Nada nuevo que no hayan hecho otros gobernantes, de signo político diverso, en épocas pretéritas o contemporáneas. En el caso de Chávez sus ansias por alentar el discurso nacionalista que evocaba figuras como las de Simón Bolívar, Simón Rodríguez o Ezequiel Zamora fue canalizado en diversas ocasiones a través del fútbol.


Hugo bolivar
Hugo Chávez en rueda de prensa ante un retrato de Bolívar
No es de extrañar que durante los 14 años en los que Chávez estuvo al frente del país, el balompié experimentara un crecimiento inédito. Tanto la selección nacional, apodada la vinotinto, como los clubes locales recibieron un apoyo importante. Para algunos expertos, las transformaciones que vivió el país tienen en el fútbol su máxima expresión. “Venezuela es distinta y su fútbol irreconocible” afirman. Los éxitos deportivos llegaron y fueron debidamente instrumentalizados para exaltar los valores patrios.



Tras conocer las preferencias deportivas del difunto ex presidente venezolano, más proclives al béisbol que al fútbol, a continuación abordaremos como la celebración de un trofeo de prestigio internacional, la Copa América, ejerció como punto de inflexión del balompié en el país. Precisamente, el aumento de la competitividad de la selección vinotinto, a raíz del éxito cosechado en dicha competición, comportó también la transformación del torneo nacional.


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Chávez mostrando el trofeo del campeonato celebrado en Venezuela
FÚTBOL Y PATRIOTISMO: LA COPA AMÉRICA 2007 COMO PUNTO DE INFLEXIÓN
A pesar de ser el primer deporte que se implantó en el país, en 1876 de la mano de mineros ingleses establecidos en El Callao, el fútbol venezolano no gozaba de buena salud. Mientras los clubes eran diezmados en las competiciones internacionales, la selección nacional transitaba sin pena ni gloria por las fases clasificatorias de los distintos campeonatos en los que participaba. El combinado venezolano era la perita en dulce de cualquier eliminatoria. No en vano durante treinta años solo cosechó dos triunfos en competición oficial y era la única selección sudamericana que nunca se había clasificado para un Mundial.
Sin embargo todo cambió en el año 2006 cuando la Conmebol (Confederación Sudamericana de Fútbol) acordó otorgar la organización de la XLII edición de la Copa América a Venezuela. El campeonato era una oportunidad perfecta para mostrar las transformaciones que había experimentado el país y, de paso, ensalzar los ideales revolucionarios que las habían hecho posibles. Al menos eso creyó el gobierno venezolano que aportó 186 millones de dólares para su celebración e invitó al astro argentino Diego Armando Maradona para que hiciera el saque de honor en la jornada inaugural del torneo.


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saque de honor con el trío Chávez- Morales- Maradona
La disputa de la Copa América’07, el torneo de fútbol de selecciones más popular y antiguo de Suramérica, comportó la modernización del balompié venezolano y, sobretodo, de sus obsoletas instalaciones. Se construyeron tres nuevos estadios (Mérida, Maturín y Barquisimeto) y se adecuaron a los tiempos seis más. Además, los éxitos deportivos cosechados por la Vinotinto posibilitaron la identificación de la población con su selección. A pesar de quedar eliminada en cuartos de final ante Uruguay, la imagen ofrecida fue buena. La sexta plaza en el campeonato consagró definitivamente al combinado venezolano como una selección a tener en cuenta. Los jugadores se convirtieron en héroes para unos aficionados poco acostumbrados a los éxitos futbolísticos.
Aunque con anterioridad el fútbol venezolano ya había destacado con algún éxito relevante, como la victoria en Montevideo ante los charrúas en 2004, no fue hasta la disputa de la Copa América cuando la selección Vinotinto despuntó. El crecimiento del equipo tuvo su reflejo en las estadísticas, así Venezuela pasó de ocupar el puesto 129 en el ranking FIFA en 1998 –año del ascenso a la presidencia de Chávez– al 39 en el año 2011, un salto cualitativo sin paliativos. Los éxitos se reeditaron en la siguiente edición de la Copa América cuando el combinado nacional, bajo las órdenes del técnico César Farías, alcanzó las semifinales, el mayor logro en la historia del fútbol venezolano hasta la fecha.


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formación del combinado nacional venezolano que disputó la edición de 2011 de la Copa América


Unos éxitos que no pasaron desapercibidos para Chávez quién progresivamente fue incorporando comentarios sobre el fútbol tanto en sus intervenciones públicas como en su programa de televisión. Tras la victoria de Venezuela ante Chile por 2 a 1 en los cuartos de final de la Copa América 2011 el mandatario manifestó a través de las redes sociales: “Gloria al Bravo Pueblo! Rindamos tributo supremo a nuestros muchachos de la Gloriosa Vinotinto! Viva Venezuela! Viviremos y Venceremos!” Anteriormente ya se había interesado por las evoluciones del fútbol en el país a raíz de diversos encuentros con el anterior técnico del combinado nacional, Richard Páez, con quién intercambió opiniones acerca de las carencias existentes en el fútbol venezolano, tanto a nivel de infraestructuras como de formación deportiva.
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Hugo Chávez festejando los éxitos de la selección vinotinto
EL PASO ADELANTE DE LA LIGA VENEZOLANA DE FÚTBOL
También la liga venezolana se dejó arrastrar por la bonanza de éxitos. El número de clubes que disputaban el campeonato se incrementó, pasando de 10 a 18 equipos y el nivel del torneo mejoró ostensiblemente. En las competiciones internacionales destacaron equipos como el Caracas FC que hizo actuaciones de mérito en la Copa Libertadores los años 2006 y 2009. Todo ello –a pesar de las reticencias de Rafael Esquivel, el presidente de la Federación Venezolana de Fútbol (FVF) que trató de evitar que Chávez obtuviera mayor protagonismo en el ente que controla el fútbol en el país– fue posible por las inversiones económicas derivadas de la promulgación de la Ley Orgánica del Deporte que reglamentó el patrocinio de empresas públicas y privadas en dicho ámbito.

domingo, 5 de maio de 2013


La ofensiva de la derecha en Venezuela.

de EL UNIVERSAL, 5 de mayo 2013.




Rodríguez: Oposición siempre ha tratado de imponer la opinión del fraude




El ministro de Interior y Justicia, Miguel Rodríguez Torres, dijo que las fuerzas opositoras ya manejaban la opción de hablar de fraude para las elecciones del 7 de octubre de 2012, impedida solo por el margen de votos que obtuvo el presidente Hugo Chávez.


OCARINA ESPINOZA |  EL UNIVERSAL
domingo 5 de mayo de 2013  12:03 PM
Caracas.- El ministro de Interior y Justicia, Miguel Rodríguez Torres, dijo que en el país está en marcha una conspiración, cuyo objetivo es "intoxicar a la sociedad", mediante demandas de deslegitimación a los poderes establecidos.

"Indiferentemente del resultado, ellos (los opositores) iban a cantar fraude, sabían que estaban perdiendo y que iban a perder, sus acciones tienen como fin generar violencia, causar desestabilización, ingobernabilidad, y deslegitimar un gobierno que fue electo por mayoría del pueblo", sostuvo en entrevista con José Vicente Rangel.

Indicó que las acciones de "conspiración" se valen de organizaciones no gubernamentales, de partidos políticos, quienes utilizan los medios de comunicación social masivos y las redes sociales para sembrar "miedo y desestabilización".

"Quieren y han causado un efecto intoxicador de la sociedad. Cuando vemos gente con niveles de intolerancia altos, que no pueden ver un funcionario público porque lo agreden, cuando vemosa  personas que quieren quemarle la casa a la presidenta del Consejo Nacional Electoral es porque están intoxicados por una operación psicológica que lo que hace es fortalecer las acciones de pequeños grupos subversivos que van contra el Estado", refirió Rodríguez.

Indicó que estas formas no son nuevas pero han querido avanzar ahora por la brecha electoral que se obtuvo en las elecciones del 14 de abril pasado.

En los años en los que Chávez estaba en el poder hubo "varias reuniones" de factores "de la extrema derecha" de la oposición con agentes, incluso internacionales, que tienen interés en un cambio de gobierno dentro del país y que son los mismos que "con menos fuerza ahora", siguen conspirando, apuntó el funcionario.

"Para el año 2010 Freddy Guevara, Yon Goicochea, Lester Toledo y dos generales retirados  realizaron una reunión en México llamada la "Fiesta Mexicana", en la que conversaron sobre resistencia civil, plan de desgaste y movilizaciones".

La historia conspirativa, según Rodríguez, tienen aún más matices, en marzo de 2012 Humberto Prado habría formado parte de reuniones para hablar y generar conflictos dentro de las penitenciarías venezolanas. "Eso lo vivimos", acotó.

Mencionó igualmente a Tamara Suju, a los miembros de Javú y el Movimiento 13, como protagonistas de acuerdos para  "afinar acciones violentas y así lograr un máximo desgaste antes de las elecciones en 2012".

Señaló a Alejandro Plaz Castillo como uno de los autores del plan de "acción rápida" presentada a la Mesa de la Unidad Democrática, en el que estaba involucrado directamente el dirigente Armando Briquet,  y que contemplaba  toma de plazas, centros electorales, cuarteles,  para cantar el fraude electoral, en los tiempos en los Henrique Capriles Radonski se midió con Hugo Chávez en elecciones.

"Ya (para las fechas)  manejaban cantar fraude contra Chávez, lo que pasa es que tuvo una ventaja muy holgada y un liderazgo de su magnitud era una barrera infranqueable para ellos".

Indicó que la conspiración tiene también sus respaldos internacionales con el fin de generar "excusas" para que desde el exterior se pueda atacar al país y justificar una intervención extranjera.

"Hay componentes  importantes como Álvaro Uribe, Otto Reich, Roger Noriega. Direccionan a Antonio Nicolás Briceño Braun – quien vive en Colombia- en función de crear condiciones de guerra civil en Venezuela".

Las medidas de desestabilización  han intentado asimismo ganar adeptos en la Fuerza Armada, según el funcionario. "Tienen tiempo tratando de penetrar los cuarteles pero la Fuerza Armada está totalmente apegada a la Constitución, el proceso de formación y capacitación está arraigado en el chavismo".

Aclaró que al hablar de fuerzas militares chavistas se trata no de la partidización "sino como una concepción política del Estado venezolano". "La gente así lo asume y lo entiende, la Constitución es revolucionaria y así lo hemos llevado a los cuarteles".

Caso Timothy Hallet

El ministro de Interior y Justicia informó que han sido entregadas a la Fiscalía todas las pruebas que dan cuenta de la vinculación del ciudadano estadounidense Timothy Hallet con actos de  espionaje en el país.

Sostuvo que es mentira que estuviera en Venezuela en funciones de reportero, documentalista o fotógrafo como se ha querido reseñar. "Toda su actividad obedece a una fachada. Cuando se quiere hacer trabajo de inteligencia en otro país -sobre todo las grandes potencias que hacen espionaje- se utiliza mucho la fachada de periodista, fotógrafo, documentalista, porque con ella penetran en cualquier sitio, con una cámara y con recursos".

Relató cómo es que los servicios de inteligencias nacionales se percataron de que Hallet estaba involucrado en algo más que un simple trabajo reporteril.

"Nos dimos cuenta con la forma cómo estableció correos con los grupos radicales de derecha, toda la información viajaba a través de microchips. Se disfrazaba de chavista y aparecía con los grupos radicales chavistas, se hizo amigos de los colectivos, todo eso obedece a operaciones propias y típicas de inteligencia", apuntó Rodríguez.

Habló de las pruebas hasta ahora manejadas por las autoridades nacionales sobre el caso. "Cuando tuvimos suficientes elementos para pensar que se trataba de espionaje fuimos a detenerlo, pasan de 500 los videos y correos con los que se comunica y habla de generación de violencia".

Hallet, según Rodríguez, otorgaba carpas, cámaras, chips y plata a quienes protestaban en las plazas públicas del país. "Tenía una relación (con quienes protestaban) más allá del trabajo de un periodista, es un experto en espionaje", reiteró.

El ministro señaló que Venezuela lo único que ha pedido siempre a los países del mundo, en especial a Estados Unidos, es que sus relaciones sean en términos de igualdad y respeto. "En esos términos nos hemos relacionados con muchos países en los temas que nos interesa. En Estados Unidos hay un sector importante que está dispuesto a tender puentes con el país respetando nuestra soberanía y la política interna".



sexta-feira, 3 de maio de 2013


POR  IndyMedia Bolivia [https://bolivia.indymedia.org/content/20130418/la-derecha-fascista-en-venezuela]


Era de esperarse. La derrota de la derecha en el proceso electoral del pasado domingo, desenmascaró los planes golpistas de quienes no aceptan el ejercicio de la soberanía. Capriles y su camarilla de fascistas en su afán de hacerse del poder intenta dar un golpe blando desconociendo el Poder Electoral.
Con su discurso incendiario y oscuro sacaron sus huestes a la calle para sembrar zozobra y angustia entre los venezolanos. Disfrazados de demócratas apalean las Instituciones legalmente establecidas y niegan la expresión popular Los fascistas no escatiman esfuerzos para generar miedo, para agredir a quienes les adversan.
La mediática nacional se pone nuevamente de parte de los que no tienen razón. Poca información han comunicado acerca de los desmanes y ataques a personas, quema de Centros de Diagnóstico Integral, acoso a personeros del gobierno, asesinatos de compatriotas y amenazas a de linchamientos; televisoras, radios y periódicos ocultan la verdadera cara de la crisis creada por la oposición.
A la derecha fascista no le importa el bienestar de la sociedad. Desconocer los resultados electorales implica desencadenar un golpe de estado al no reconocerse la institucionalidad. El libreto no cambia, la desestabilización del país está en manos de la ultraderecha. Su objetivo básico es derrocar el gobierno. Lo hicieron en abril del 2002 y lo seguirán intentando.
Los venezolanos no podemos caer en provocaciones. No debemos permitir que los agentes internacionales, lo intereses foráneos y los apartidas nacionales acaben con la tranquilidad de la República. Al enfrentar el terrorismo físico y psicológico defendemos el derecho que tenemos a vivir en libertad usufructuando la soberanía nacional.
Los senderos trazados por el camarada Chávez no pueden perderse. Profundizar el proceso revolucionario nos garantizará vivir en paz y armonía. El presidente Maduro seguirá el camino de la revolución; así tendremos patria libre. No volverán quienes tanto daño han hecho a Venezuela. Venceremos a los promotores del terror.

Velvet Rosemberg Fuentes



RESÚMEN:  Para comprender al Islam en América Latina resulta fundamental conocer el estado del arte al respecto. El objetivo de este escrito es conjuntar, de manera organizada, los resultados de una investigación reciente en torno al tema, plantear las principales líneas de investigación trabajadas hasta el momento y realizar una evaluación de ellas, por lo que enfatizaré en su clasificación por materias, como explicaré más adelante.


TEXTO COMPLETO: http://www.uff.br/periodicoshumanas/index.php/convergenciacritica/article/view/961/780


Gargalhar com o fracasso de Messi e seus companheiros permite – aos olhos vesgos dessas criaturas – fechar os olhos para a indigência dos campeonatos que se praticam nesse país. Com estádios às moscas, sujos, quase vazios, com médias de pública que ultrapassam pouco mais de 2 mil espectadores. Média essa inferior a qualquer campeonato, nem digo europeu, mas da Àsia ou da América Latina mesmo. A média de público do campeonato peruano, croata, grego, equatoriano, cipriota e boliviano é certamente maior. Os campeonatos no Brasil não são apenas ruins. Eles são um risco à saúde. Eles matam de tédio.

A animação do torcedor dispensa comentários.....


Alguns campeonatos por pouco não foram paralizados por falta de estádio. O do Rio é um exemplo. Sem o Maracanã – que custou 1,6 bilhão para os cofres públicos e que será entregue nas mãos do Eike Batista – ficou também sem o Engenhão. Estádio construído há 6 anos, mas que já ameaçava desabar. Além disso, vários outros estádios caindo aos pedaços, eis os exemplos do Ítalo Del Cima, do Americano, do Bonsucesso, do Olaria, da Portuguesa.

Torcida vibrando com mais um espetacular jogo do campeonato paulista..


Não é exagero pensar que a isso se deva a baixíssima qualidade dos jogos praticados nessa terra. A impressão que se tem é que muitos jogadores já não tem o menor saco de asrriscar suas pernas e correr kilometros em autênticas peladas, com jogadores e times pífios, verdadeiras equipes de várzea, em gramados esburacados, alguns pintados de verde para esconder as partes peladas. Alguns sem luz. Alguns com luz, mas que acaba no meio do jogo. Um cenário de horror. Depressão líquida e certa.

A situação aqui é melhor do que no Engenhão, pois a árvore não ameaça cair.....


E é um absurdo ver que mesmo por eles ainda se mata. Como se não bastasse a indigência dentro de campo, fora dele presenciamos um festival de selvageria, com batalhas campais, pancadarias e – lógico- um sem número de mortes. Mais de 40 pessoas foram mortas desde 2006 por conta de futebol no Brasil. Não satisfeitas, as organizadas começam a matar para além das fronteiras brasileiras. Pior para o pequeno e jovem Kevin, morto no jogo entre o time boliviano do San José e o Corinthians. Que teve o crânio fulminado por um sinalizador criminosamente lançado por um psicopata travestido de torcedor.

Corintianos forçam o alambrado no estádio de Oruro, também conhecida como Penitenciária......


Além da violência insana e absurda fora dos gamados há que se destacar o tradicional desrespeito ao torcedor: estádios sem banheiros adequados, sem estacionamento, sem lanchonetes, sem organização. Sem venda de ingressos decente, via internet por exemplo (algo trivial em outras partes do mundo). Partidas à noite, quase de madrugada. Os horários e locais das partidas são modificados a todo tempo, a toda hora. Que se lixe o torcedor. Que se lixe o cidadão. Quem manda querer se divertir. Quem manda ele achar que o futebol é o patrimônio cultural do país, da sua cidade?


Bolachas e baguetes sendo distribuída gratuitamente aos torcedores.

Regozijar com a derrota do Barcelona recompensa corações aflitos com tamanha indigência. Torcer contra o Barcelona funciona como uma espécie de compensação: “veja, eles também perdem. Eles são como nós. Eles também sofrem derrotas”. Lembro que no auge do Barcelona, os seus detratores adoravam dizer: mas eles pintam e bordam contra times fraquíssimos. Eles se referiam aos Alavés, Hercules, Vallecanos,  Osasunas, Shaktares, Apoels, Boavistas e Hosenborgs da vida (como se o Barça não tivesse feito pedacinhos, por muitas vezes de times como Chelsea, Arsenal, Manchester, Benfica, Bayer, Real, Milan, Santos etc. etc. etc.). se apegar a esse argumento ridículo serve para esconder a indigência de nossas equipes. Nem falo das pequenas. Várias delas se não fecharam estão caminhando para a mais crua falência (Campo Grande, Guarani, Novorizontino ....). Falo das grandes mesmo. Uma dessas equipes ao invés de lotar suas arquibancadas do seu precário e rizível estádio com sua torcida, tem o costume de receber a visita de ratos. A mesma equipe que teve de recorrer a carros pipas em 2012, pois teve a água cortada por falta de pagamento. O que era isso diante do fato de um menino ter morrido no seu centro de treinamento há pouco mais de 1 ano. Cujas condições eram as piores possíveis, típicas de um campo de concentração, de um Carandiru futebolístico.

Torcedor atento a mais um empolgante jogo em são Januário



Aqui, aproveitando o intervalo para tirar uma bela soneca....



Vejamos a situação do Flamengo, que só deve 750 milhões de reais. É preciso dizer mais alguma coisa??? (Preciso responder?)

Mas a nossa derrota é desproporcional. A derrota de nosso futebol não é apenas esportiva. Ele é expressão de outras derrotas. A começar pela derrota de nossa cidadania. Ela é expressão de nosso sistema político, incapaz de ter uma política nacional de esporte, mas sempre pronta a perdoar dívidas de times de péssima adminsitração, incapaz de punir dirigentes corruptos. Incapaz de regulamentar o futebol no Brasil, deixando que ele seja conduzido ao bel prazer da cartolada incompetente, corrupta e nefasta; com o conluio de uma rede de TV que se alimenta dessa situação, para exercer de maneira mais cômoda e tranquila o seu pernicioso monopólio. Tal TV chega até a determinar os horários dos jogos, a mudar regras e regulamentos. Se deixar, ela não permitiria a entrada de torcedores nos estádios, a não ser os convidados VIPs. Mas que TV é essa? A mesma que prega por uma Democracia sem Povo...



Torcer fanaticamente contra o legado catalão é fingir que tudo isso não existe. Mas cuidado, assim agindo, você se torna cúmplice. Então, se você que não torce pelo Bayern, mas tão somente contra o Barcelona, fique tranquilo. Por conta de todo esse festival de mazelas e de podridão, o futebol brasileiro já não é mais respeitado em lugar algum. É objeto de piada. É o 19º no ranking da FIFA. Não vence uma grande seleção mundial desde 2009. Então, você que odeia futebol, bom, bonito e jogado, parabéns. Você e essas figuras que estão destruindo o futebol brasileiro se merecem. Divirtam-se. Façam bom uso da sua pequenez.

Enquanto isso, o futebol brasileiro vai se consolidando como uma bela peça de museu....